Como verificar se você tem direito a implantes dentários pelo SUS

Os implantes dentários são uma alternativa eficaz para substituir dentes perdidos, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza este tratamento para determinados casos, seguindo critérios específicos de elegibilidade. Muitas pessoas desconhecem que podem ter acesso a este procedimento gratuitamente, o que torna importante entender como verificar seu direito e quais são os passos necessários para solicitar o tratamento pelo sistema público de saúde.

O que são implantes dentários?

Os implantes dentários são estruturas de titânio inseridas cirurgicamente no osso maxilar ou mandibular para substituir as raízes dentárias perdidas. Sobre estas estruturas são instaladas próteses que imitam os dentes naturais tanto na aparência quanto na função. Diferentemente das dentaduras convencionais, os implantes são fixos e oferecem maior estabilidade e conforto.

O procedimento envolve uma avaliação inicial, a cirurgia para instalação do implante, um período de osseointegração (quando o osso se funde ao implante) e, finalmente, a colocação da prótese definitiva. Os implantes dentários são considerados o padrão ouro na reabilitação oral, pois preservam o osso alveolar, evitando a reabsorção óssea que normalmente ocorre após a perda dentária.

No contexto do SUS, os implantes disponibilizados seguem protocolos específicos e são indicados principalmente para casos onde outras alternativas de tratamento não são viáveis ou apresentariam resultados insatisfatórios.

Quem pode solicitar implantes dentários pelo SUS?

O acesso aos implantes dentários pelo SUS não é universal, sendo destinado a pacientes que atendem a determinados critérios clínicos. Entre os principais grupos que podem solicitar este tratamento estão:

• Pacientes com ausências dentárias múltiplas que comprometem significativamente a função mastigatória
• Pessoas que sofreram traumas faciais com perda dentária
• Pacientes com anomalias craniofaciais congênitas que afetam a dentição
• Indivíduos com atrofia severa do osso maxilar ou mandibular, onde próteses convencionais não se adaptam adequadamente
• Pacientes oncológicos que tiveram ressecções parciais dos maxilares

Além dos critérios clínicos, o paciente deve estar em boas condições de saúde geral, sem doenças descompensadas que contraindiquem procedimentos cirúrgicos. Também é necessário que o paciente tenha condições adequadas de higiene bucal e comprometa-se com o acompanhamento pós-operatório, que pode durar meses.

Vale ressaltar que cada caso é avaliado individualmente por uma equipe multidisciplinar, considerando não apenas a necessidade do implante, mas também o prognóstico e as chances de sucesso do tratamento.

Como verificar seu direito a implantes pelo SUS?

Para verificar se você tem direito a implantes dentários pelo SUS, é necessário seguir alguns passos importantes:

1. Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e agende uma consulta com o dentista da rede pública.

2. Durante a consulta inicial, o dentista realizará uma avaliação completa da sua saúde bucal e, se identificar a necessidade de implantes, encaminhará você para um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO).

3. No CEO, um especialista em prótese dentária ou cirurgia bucomaxilofacial fará uma avaliação mais detalhada, que pode incluir exames complementares como radiografias panorâmicas ou tomografias.

4. Após a avaliação especializada, será determinado se o seu caso se enquadra nos critérios para receber implantes pelo SUS.

5. Em caso positivo, você entrará em uma fila de espera para o procedimento, cuja duração varia conforme a disponibilidade de recursos e a demanda na sua região.

É importante destacar que o acesso aos implantes dentários pelo SUS depende da disponibilidade do serviço na sua região, pois nem todos os municípios oferecem tratamentos especializados em odontologia. Alguns pacientes podem precisar ser referenciados para outros municípios que possuam centros de referência em implantodontia.

O processo de tratamento com implantes dentários pelo SUS

O tratamento com implantes dentários pelo SUS segue um protocolo bem definido e geralmente é dividido em várias etapas:

1. Fase preparatória: Antes da colocação dos implantes, é necessário que a saúde bucal esteja em condições adequadas. Isso pode incluir tratamentos prévios como restaurações, tratamentos de canal, extrações de dentes comprometidos e procedimentos periodontais.

2. Planejamento cirúrgico: Nesta fase, são realizados exames de imagem como tomografias computadorizadas para avaliar a quantidade e qualidade óssea disponível. Em alguns casos, pode ser necessário realizar enxertos ósseos antes da colocação dos implantes.

3. Cirurgia de implante: Procedimento realizado sob anestesia local, onde o implante de titânio é inserido no osso. Dependendo do caso, pode ser necessária mais de uma sessão cirúrgica.

4. Período de osseointegração: Após a colocação do implante, é necessário aguardar de 3 a 6 meses para que ocorra a osseointegração (fusão do implante ao osso).

5. Fase protética: Após a osseointegração, são colocados os componentes protéticos sobre os implantes, que podem ser coroas unitárias, pontes fixas ou próteses totais fixas, dependendo da necessidade do paciente.

6. Acompanhamento: Consultas periódicas são necessárias para verificar a adaptação e a funcionalidade dos implantes e próteses.

É importante ressaltar que o tratamento completo pode levar de 6 meses a mais de um ano, dependendo da complexidade do caso e da necessidade de procedimentos adicionais como enxertos ósseos.

Considerações finais sobre implantes dentários pelo SUS

O acesso a implantes dentários pelo SUS representa um avanço significativo na saúde pública brasileira, oferecendo uma alternativa de tratamento de alta qualidade para pessoas que não teriam condições de arcar com os custos em clínicas particulares. No entanto, existem alguns pontos importantes a serem considerados:

A disponibilidade do serviço varia conforme a região, sendo mais comum em grandes centros urbanos e cidades com faculdades de odontologia que mantêm parcerias com o SUS. As filas de espera podem ser longas devido à alta demanda e limitação de recursos, podendo levar meses ou até anos em algumas localidades.

O SUS geralmente prioriza casos de maior necessidade clínica, como pacientes que perderam dentes por traumas, doenças ou que apresentam dificuldades severas com próteses convencionais. O tratamento é realizado por etapas e exige comprometimento do paciente com as consultas de acompanhamento e manutenção da higiene bucal.

Para aumentar suas chances de acesso ao tratamento, mantenha seus dados cadastrais atualizados no sistema do SUS, compareça a todas as consultas agendadas e siga rigorosamente as orientações dos profissionais. Também é importante estar ciente de que, em alguns casos, pode ser oferecida uma alternativa de tratamento em vez dos implantes, como próteses convencionais, dependendo da avaliação da equipe de saúde.

Este artigo é para fins informativos apenas e não deve ser considerado aconselhamento médico. Consulte um profissional de saúde qualificado para orientação e tratamento personalizados.